sexta-feira, 7 de março de 2008

O debate faz-se, mas far-se-á?

Por estes dias, parece que se cruzam ideias sobre as nações. No caso, as nações nascidas do fim do nosso império. Quando uma coisa morre, outras nascem no seu lugar. Assim parece ter sido com o Império ultramarino português, que deu lugar a um conjunto de nações novas e dispersas, falantes do português, com saudade e outros maneirismos nossos.

E é disso que falam lá longe, na Praia, em Cabo Verde, por estes dias. Fiquei a sabê-lo quando de manhã chegava ao trabalho, não pelas ondas que batiam na praia, desfazendo-se em espuma, mas pelas ondas da rádio que me faziam chegar os “Sinais” de Fernando Alves.

Não sei sobre o que discorrem neste debate, mas o fim do império significa a génese de um novo mundo para essas pessoas, para nós, tão certo quanto era, presente continua a ser o vazio. O vazio não se queira crer que é de terras, ou de domínio. É um vazio na alma que enche os portugueses ao invés de os esvaziar. Enche-os e amarra-os ao seu lugar. Prende-os como que fazendo da gravidade a maior das leis do universo. Dificulta que se soltem.

Disto certamente não vão falar lá, porque se debatem pela sobrevivência esses novos reinos longínquos, como recém-nascidos que, ofegantes, antes querem para já o oxigénio, para só mais tarde poderem pedir o leite, o pão e a terra…

Este vazio é nosso. Temos que sair dele pelo pé do nosso caminho.

Ler mais sobre o debate:
(
http://ww1.rtp.pt/noticias/index.php?article=331126&visual=26&tema=2)

Escutar a edição de 7 de Março de "Sinais":
http://www.tsf.pt/online/radio/index.asp